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Vida ao Açude da UFC – Mortandade de Peixes (Parte II)

Data da publicação: 11 de abril de 2016 Categoria: Notícias

A possibilidade de leitura diferenciada e complementar se apresenta com texto enviado gentilmente pelo Prof. Jorge Iván Sánchez Botero(Departamento de Biologia) sobre o Açude da UFC e articulado a pesquisas que desenvolve a longo tempo. A riqueza do texto nos anima no sentido de convidá-los a lê-lo. Trata-se de um texto bem balizado e escrito, tomando o colega o cuidado de nos apresentar listagem de bibliografia relacionada.
O açude Santo Anastácio (ASA) caracteriza-se por ser um ecossistema hipereutrofizado. Talvez por este motivo, comporta atualmente uma baixa riqueza de espécies de peixes (apenas 11 registradas), a maioria com adaptações a hipóxia e as condições de hipereutrofização.

Nos últimos 40 anos, pelo menos quatro espécies de peixes foram extintas deste ecossistema, e outras quatro novas foram registradas, sendo todas exóticas. Dados pretéritos indicam que este ambiente já abrigou uma fauna rica em espécies nativas, mas que hoje, agonizam no açude. No entanto, os peixes são importante fonte
proteica para as populações que vivem ao redor não só deste açude, mas também em outros reservatórios de Fortaleza, e que por isso, continuam sendo explorados por pescadores artesanais.

A atual mortandade de peixes observada no açude afeta também outros grupos da biota aquática, como o plâncton e macro invertebrados, comprometendo a qualidade ambiental do ecossistema. Esse fato alerta a comunidade universitária para a procura de ações que promovam a recuperação e manutenção de condições favoráveis, onde seja possível o estabelecimento de uma biota diversa e sadia.

Para evitar a acelerada degradação deste ecossistema devemos tomar medidas relevantes, como por exemplo, retomar o projeto de implementação do ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico) na Mata de Tabuleiro entorno do ASA, proposta no Projeto de Lei 198/2011. Paralelamente, devem ser promovidas ações de despoluição, restauração e conservação, que visem recuperar a bacia do rio Maranguapinho.

Há seis anos o Laboratório de Ecologia Aquática (Centro de Ciências – UFC) desenvolve pesquisas em populações e comunidades de organismos aquáticos da região semiárida. Em diferentes meios de comunicação informamos a sociedade sobre o atual estado da ictiofauna, avaliando aspetos biológicos, ecológicos e as necessidades urgentes na conservação deste grupo. No caso especifico do ASA, resultados de nossas pesquisas indicam um alto grau de degradação deste ecossistema e a necessidade urgente de ações para sua recuperação.

Fonte: Prof. Dr. Jorge Iván Sánchez Botero. Departamento de Biologia, Centro de Ciências, UFC – fone: 85 3366 9810
Maiores informações podem ser consultadas em:

Population features of Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) (Siluriformes, Callichthyidae) at Santo Anastácio Reservoir, Brazil. Francisco D. do N. Chaves, Jorge Sánchez-Botero, Danielle S. Garcez & Vitor C. dos Reis. Rev. MVZ Córdoba 18(3): 3767-3772, 2013. In: http://revistas.unicordoba.edu.co/revistamvz/mvz-183/v18n3a04.pdf

Fish assemblage of the Santo Anastácio Reservoir (Ceará state, Brazil). Jorge Iván Sánchez-Botero, Vitor Cavancanti dos Reis, Francisco Duillys do Nascimento Chaves & Danielle Sequeira Garcez. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 40(1): 1 – 15, 2014. In: ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/40_1_1-15.pdf

Zooplâncton da zona fótica em reservatórios do semiárido brasileiro – com variação sazonal e sem mudanças nictemerais. Aluna: Eliêta Alves Ramos; Orientador: Jorge Iván Sánchez Botero. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Biologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará. 2016.

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