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Maria da Guia, pioneira na pesquisa científica no Ceará

Data da publicação: 30 de janeiro de 2017 Categoria: Notícias

Maria-da-GuiaA mais velha de quatro irmãos, crescida na Gentilândia, em Fortaleza, e formada em primeiro lugar na primeira turma de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). Maria da Guia Silva Lima, 80 anos, construiu carreira no pioneirismo da pesquisa científica cearense.

Mesmo sem querer se ater a perguntas de cunho pessoal por não ter o hábito de se “expor muito”, a pesquisadora revela traços da sua personalidade forte e amorosa. É quando percebemos que os 42 anos dedicados ao estudo não lhe tiraram a leveza de menina e que os muitos “nomes feios” proferidos para defender suas causas também não viciaram seu vocabulário afetuoso. Com a didática exigida pela carreira letiva, ela conta sobre si e sobre sua vida acadêmica. Sinta-se convidado para conhecê-la.

O POVO – O que a levou a estudar medicina?
MARIA DA GUIA – Sonho. Eu nem tinha 18 anos e já tinha vontade de trabalhar com o povo. Então, resolvi fazer.

OP – A senhora cresceu em Fortaleza?
MARIA – Na Gentilândia. Sou ex-aluna do Imaculada Conceição. Na época, uma mulher não podia estudar se não fosse em colégio de freira e eu fui educada severamente.

OP – Então foi ainda na escola que a senhora optou por medicina?
MARIA – Fiz curso científico pensando, talvez, em medicina, porque isso me atraía. Cuidar de gente. Então, me preparei pra fazer o vestibular, em 1954, e entrei.

OP – E como foi estar naquele momento na universidade, sabendo que ela tinha acabado de ser criada?
MARIA – Muito animado. Éramos 24 homens e 12 mulheres, bastante unidos. Começamos na Praça José de Alencar, na velha faculdade, e logo depois a gente passou para o (Campus do) Pici. E lá a gente levou toda a vida. Nos primeiros anos, foi muito estudo. Ainda não tinha essa história de tempo integral e as aulas começavam cedíssimo. Então, meu tempo era muito pequeno. No último ano da faculdade, fiz seleção pra um sistema de urgência. Foi a primeira vez que ganhei dinheiro. Eu trabalhava bastante. E era interessante porque eu era muito pequena e, quando eu ia de ambulância com os enfermeiros, as pessoas, não raro, me diziam: “Enfermeira, espere um pouco até o médico chegar”. E eu dizia: “Mas sou eu!”. Porque, pro meu tamanho, não era função pra mim. E mulher, minha filha…

OP – Como foi a decisão de migrar para a biologia numa carreira acadêmica?
MARIA – No fim do curso de medicina, fiquei em primeiro lugar, tive bolsa e decidi que iria fazer endocrinologia. Fiz na Santa Casa da Misericórdia (do Rio de Janeiro). Fiquei um ano. Quando voltei, eu deveria ter começado a me instalar pra fazer clínica, que era o que eu pensava em fazer. Ter um consultório. Meu pai tava disposto a ajudar… Aí eu recebi como convite, e já foi o professor Martins Filho que me convidou para um lugar de assistente. À época, o professor Valnir Chagas tentava fazer uma organização da estrutura de pesquisa na UFC. Ele fazia parte do Conselho Federal de Educação e me propôs trabalhar no Rio de Janeiro, no Instituto Oswaldo Cruz, onde eu me familiarizaria com as técnicas de pesquisa e voltaria pra fazer parte dessa organização, aqui em Fortaleza. Eu aceitei porque eu gostava imensamente de estudar. E outra: eu era muito desligada dos problemas sociais. No Rio de Janeiro, aprendi a me ligar um pouco à política, o que me levou a trabalhar como médica numa favela. Fiz grande sucesso na favela. Atendia a todos, ia onde ninguém entrava, era extremamente bem recebida. Então, eu deveria ir para o Instituto Oswaldo Cruz, para o departamento de Química e Farmacologia de lá. Meu assunto era reação e mecanismo da reação imunológica. Eu estudava, sobretudo, a imunoglobulina, que é responsável pelas reações alérgicas. Fiz parte de uma descoberta muito interessante que foi a imunização dos animais cultivados, sobretudo com genética determinada.

OP – Isso foi determinante para a senhora seguir a carreira acadêmica?
MARIA – Aquilo que eu fiz, teoricamente, seria para preparar uma estrutura de pesquisa na UFC. O tempo passou e nada foi feito aqui e aí eu fiquei aflita porque, voltar pra fazer o quê? Aí, nessa época, eu tirei licença e o pessoal do Instituto Oswaldo Cruz me encaminhou pra eu ter bolsa do CNPq na França.

OP – A senhora falou há pouco que o seu pai ofereceu ajuda para montar seu consultório e, de repente, a senhora se apaixonou pela pesquisa e seguiu por outro caminho, que foi o acadêmico. Como foi a reação da sua família?
MARIA – Não muito simpática. Meu pai não podia imaginar que eu passasse de cuidar de gente a me ocupar de ratos. Mas meu pai estimulou muito a formação dos filhos. Ele achava que nós devíamos ser independentes, o que, naquela época, era extremamente importante. Então, apesar de eu me ocupar de ratos e de camundongos, ele não interferiu. Respeitou a minha decisão e ajudou. Minha mãe, se nós estivéssemos satisfeitos, não dizia nada. E sou a mais velha, então ainda tive muita responsabilidade, porque eu tinha de ser o exemplo. Isso foi um peso muito grande. Não tinha ninguém que me dissesse (como era a universidade), porque não tinha antecedentes de universitários na família.

OP – E a senhora viajou para a França pelo CNPq?
MARIA – Eu queria estudar o mecanismo de síntese e energia dentro das mitocôndrias. Era o que eu queria pra completar o meu estudo dentro do mecanismo da reação imunológica. Lá, eu aprendi tudo o que diz respeito às mitocôndrias e defendi minha tese. Nessa época, meu pai entrou em contato com um professor… vou explicar: existe um Instituto de Química e Tecnologia na Escola de Agronomia (da UFC). Com as modificações da universidade, esse instituto veio para o Benfica e fizeram o Instituto de Química e Biologia, com organização do professor Manuel Ventura. E esse homem, sim, foi extremamente importante na organização da pesquisa nesta Cidade. Meu pai falou com ele e ele imediatamente me aceitou pra voltar, dessa vez, para esse instituto, lecionar e fazer pesquisa. Como o instituto era da agronomia, eles estavam fazendo pesquisas em campo vegetal. Isso me deu muito medo, porque eu tinha vivido toda a minha vida entre bichos. Ainda antes de sair de Grenoble, que era a cidade onde eu estava, fiz estágio por minha iniciativa no departamento de Bioquímica Vegetal. Fui aprender como tratava mitocôndrias vegetais. Voltei e comecei a trabalhar.

OP – Em Fortaleza não se estudava animal?
MARIA – O assunto era química vegetal. Um dia, me disseram lá no departamento: “Se você continuar com os bichos, nunca terá financiamento”. Aí eu vi que não podia crescer. Porque eu tinha necessidade de muitas substâncias, infraestrutura. Quem me dava alguns bichos era o professor Manassés Fonteles, da Faculdade de Medicina. Ratos. Mas, eu decidi começar a trabalhar com vegetais. Não era eu só no departamento, existia a professora Iracema Ainouz, a mãe do Karim (Ainouz), com quem eu trabalhei muito tempo. Também o professor José Xavier e o professor Renato de Azevedo. Com essa gente, estruturamos, por orientação do doutor Ventura, a Pós-graduação em Bioquímica da UFC. Foi fundado o Curso de Bioquímica, o mestrado, que nós instalamos em 1971, e somente na década de 1990 veio o doutorado. Trabalhávamos como loucos. Primeiro a Iracema foi chefe de departamento e depois eu. Fui para o quarto mandato sucessivo, mas foi numa época difícil pra mim, porque eu fui denunciada.

OP – Quando a senhora retornou, a ditadura militar no Brasil estava num dos momentos mais críticos, em 68. Como foi, para a senhora, ser pesquisadora nessa época?
MARIA – Eu não fazia política. No entanto, tive como aluno o Bergson (Gurjão, morto no Araguaia), que um dia foi pra um desses desfiles (cívicos) e foi muito batido. Fiquei preocupada e fui atrás para saber se ele estava muito maltratado. Quando entrei, era um prontomédico, disseram que eu não tinha direito de vê-lo e eu disse: “Tenho, porque sou médica e você é obrigado a me deixar entrar”. Isso pra Polícia, que estava na porta. Depois, fiz oposição a certos candidatos no conselho do Centro de Ciências. Por essas coisas, fui denunciada como subversiva.

OP – Como isso a afetou?
MARIA – Quando fui fazer concurso pra professora-adjunta, veio uma autoridade dizer que eu não fizesse porque eu não seria nomeada, porque era subversiva. E eu disse: “Que eu seja subversiva, o problema é meu. A nomeação é com vocês. O concurso, eu que faço”. Fiz e não conseguiram deixar de me nomear. Nessa época, eu que não tinha nem me registrado no Conselho Federal de Medicina, fui me registrar, porque achava que provavelmente não teria sucesso na continuidade da minha carreira científica. Porque meu passado “subversivo” não me permitiria. E cada vez que tomava posse como chefe de departamento, vinha uma associação de ensino superior verificar a subversidade. Levei a vida com esse problema. Se tivesse desistido, tinha acabado tudo. Lutei por isso. Não sou política porque não tenho muito essa conversa, não sou jeitosa, não fui criada assim. O problema é a verdade. E vou lhe dizer: não tem coisa que complique mais a vida do que a verdade. O resultado é enorme. Minha reputação era de agressiva, dura, porque eu não tinha meio termo.

OP – Ser acadêmico não é só se dedicar à pesquisa. Tem de batalhar para ter o básico para desenvolver o estudo. Como a senhora define essa trajetória?
MARIA – Eu tive uma orientação fortíssima do professor Haity Moussatché, do Instituto Oswaldo Cruz. Ele mostrava que a gente tinha necessidade de fazer isso para os que viriam depois da gente. Muitas vezes, na França, eles me perguntavam por que tanto esforço, e eu dizia: “Porque se um de vocês decide se afastar, tem vários para substituir. Se eu me afastar, não tem nenhum”. Nunca ocupei um cargo na universidade por ocupar. Ocupei para defender o trabalho. Briguei, disse nome feio. Em casa, nós éramos proibidas de dizer nome feio porque era todo mundo muito religioso. Foi muito duro. Mas, levei para frente. Depois que fiquei mais forte, chefe de departamento e tudo, me deu aquela vontade de voltar pros bichos. Comecei a pensar em ter um biotério. O reitor (da UFC), que era o Anchieta, foi ao Paraná verificar como é que se tinha um biotério. Não existia nenhum no Norte e Nordeste, eu que levei dez anos pra construir o primeiro, de 1982 a 1992.

OP – Quando a senhora criou o primeiro biotério da UFC, como isso mudou a forma de pesquisar no Ceará, que até então, segundo a senhora, só se baseava no estudo com vegetal?
MARIA – Quem trabalhou com vegetal foi o Departamento de Bioquímica. Medicina e Biologia já trabalhavam com animal. O Manassés, que foi embora para São Paulo, foi quem me deu o contato pra ver se eu conseguia o financiamento do biotério aqui e eu consegui. O biotério dava os animais pra gente trabalhar e a gente passou a fornecer a todos que precisavam. Esses animais eram especiais, vieram de Campinas, do biotério que foi o primeiro e mais bem organizado do Brasil. Recebi esses animais como passageiros da Varig. Tive de ir ao aeroporto, porque ninguém sabia como desembarcar esses “passageiros”. Eram dez casais (de ratos e camundongos). Mas, a dificuldade de manter era tão grande que uma vez o técnico que tomava conta não estava contente com o salário que recebia e matou todos. Eu não pude fazer nada. Era tão difícil manter os bichos. E eu já cansada de gastar, uma vez, avisei: “Olhe, se não vier comida, vou pegar os bichos, levar para a Praça do Ferreira e deixar tudo lá”. Ficaram com tanto medo que eu fizesse isso que no dia seguinte chegou comida e eu fiquei felicíssima.

OP – A senhora recebeu o título de professora emérita pela UFC junto com a professora Iracema Ainouz. Como foi a relação de vocês?
MARIA – Nós trabalhamos juntas todo o tempo. Não estou dizendo que era um paraíso. Já no fim da vida tivemos dificuldades de relacionamento, mas, de qualquer maneira, estive com a Iracema até o dia em que ela morreu. Ela estava morrendo, o Karim me telefonou e fui ao hospital, no dia 2 de novembro do ano retrasado. Minha ligação com a Iracema, com o Xavier e com o Renato foi de muita tensão, porque o Renato era mais político do que eu e quando eu achava que a política intervinha, eu agia duro. Não concordava, a gente brigava e tudo. Mas, você compreende, não tem nenhum relacionamento que seja perfeito. A gente não vive de mão dada, sobretudo quando você vive uma realidade tão dura como essa que a gente vivia.

OP – Levantamentos sobre ensino superior mostram que as mulheres são maioria em cursos de graduação, mas, por causa de decisões como a de formar família, isso acaba desacelerando o ritmo da produção acadêmica, o que faz com que os homens tenham mais possibilidade de ascensão em relação às mulheres. Como foi no seu caso?
MARIA – Acho que se eu fosse casada (na época), não teria conseguido. Eu nunca fui muito simpática ao feminismo porque a vida toda eu vivi mais com os homens e a gente convivia bem. Algumas vezes eu sentia que tentavam passar a mão na minha cabeça para ver se eu concordava com as coisas e aí, não. Você tem de gritar, dizer um palavrão ou coisa assim. Então, eu acho que tem algumas dificuldades e que essa coisa talvez venha do tipo de atividade familiar que sempre foi peso maior pra mulher.

OP – Sua própria carreira e o fato de ter sido a primeira aluna do curso colocaram a senhora em peso de igualdade com os homens?
MARIA – Exato. Eu nunca fui uma pessoa que fizesse disso como se eu fosse excepcional. Não. Fazia parte. Eu gostava de estudar. Não é por ser mulher, é a carga.

OP – Depois que a senhora se aposentou, quais foram seus caminhos?
MARIA – Me aposentei em 2004 e casei com (o engenheiro e professor) Zahari (Krivoshiev) em 2005. Minha vida mudou completamente porque eu passei a ficar na Bulgária e no Ceará. A consciência que eu tinha de que não podia afastar o meu marido das raízes dele era muito grande. Ele tem um país, uma língua, não sabe falar português. Depois da universidade, eu também escrevi um livro sobre meu avô. Eu sempre tive algumas qualidades para o lado social, para escrever, mas não podia fazer isso porque fiquei presa pela ciência, onde você escreve pouco, as palavras são contadas. Então, minha vida, agora, se resume a isso, coisas que vou tendo necessidade de escrever.

OP – A senhora e Zahari já haviam namorado antes da Bulgária?
MARIA – Já. E não tinha vingado. Foi na França. (Já perto da aposentadoria) Minha irmã teve câncer, ficou muito doente, e o peso todo foi meu, porque os filhos dela ficaram arrasados. Eu que tive de assumir a responsabilidade, ir com ela pra São Paulo e tudo. Então, eu estava num tempo em que pensava que não voltaria mais ao normal. Aí, uma vez, telefonei pro Zahari. Pensei: “Vou fazer uma coisa tão estranha, que pode me fazer bem”. E quando eu telefonei ele atendeu. Era o mesmo telefone. Aí eu disse: “Você sabe quem está falando?” E ele: “Não, não tenho a menor ideia”. E eu: “Mas, Zahari, é Maria”. E aí pronto. Ele estava viúvo e nós marcamos um encontro na Itália. E a partir daí… assim ficou. A gente conversa toda vida em francês.

OP – Como foi o primeiro contato com a Bulgária?
Maria – Eu tive um amigo que conheci na França que se chamava Alexander Petrov. Ou Sasha Petrov. Fui à Bulgária visitar Sasha e lá eu era um sucesso, porque só eu tinha esse tamanho (referindo-se à baixa estatura), então o pessoal passava a mão na minha cabeça e tudo. Era muito engraçado. E eu não entendia o que estavam dizendo. Foi uma experiência interessante, mas, como eu não falo, a distância era muito grande. Depois que eu casei, voltei (à Bulgária) com Zahari (Krivoshiev, seu marido).

OP – A senhora e Zahari já haviam namorado antes da Bulgária?
Maria – Já. E não tinha vingado. Foi na França. (Já perto da aposentadoria) Minha irmã teve câncer, ficou muito doente, e o peso todo foi meu, porque os filhos dela ficaram arrasados. Eu que tive que assumir a responsabilidade, ir com ela pra São Paulo e tudo. Então, eu estava num tempo em que pensava que não voltaria mais ao normal. Aí, uma vez, telefonei pro Zahari. Pensei: “Vou fazer uma coisa tão estranha, que pode me fazer bem”. E quando eu telefonei ele atendeu. Era o mesmo telefone. Aí eu disse: “Você sabe quem está falando?” E ele: “Não, não tenho a menor ideia”. E eu: “Mas, Zahari, é Maria”. E aí pronto. Ele estava viúvo e nós marcamos um encontro na Itália. E a partir daí… assim ficou. A gente conversa toda vida em francês.

BASTIDORES
CUMPLICIDADE. SE DESCULPANDO PELO POUCO PORTUGUÊS QUE SABIA, O MARIDO DE MARIA DA GUIA, ZAHARI, TROCAVA OLHARES E PAQUERAS EM FRANCÊS COM A ESPOSA

BAHIA
FAMÍLIA. O AVÔ MATERNO DE MARIA, SOBRE QUEM A PESQUISADORA ESCREVEU UM LIVRO, ERA CONHECIDO NA BAHIA COMO CORONEL SANTINHO DO RIACHO DA GUIA

CEPE
PIONEIRISMO. A PESQUISADORA MARIA DA GUIA FOI A PRIMEIRA MULHER A OCUPAR O CARGO DE TITULAR NO CONSELHO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO DA UFC

PERGUNTA DO LEITOR
José Evangelista Moreira, Seara da Ciência da UFC
Evangelista – Hoje, o Departamento de Bioquímica da UFC tem quase o mesmo número de homens e mulheres fazendo pesquisa. Quando o Departamento foi criado, na década de 60, você e a professora Iracema Ainouz eram as únicas mulheres em um grupo masculino. Que dificuldades tiveram de enfrentar?

Maria da Guia – Não existiu. Não tivemos problema com os colegas homens. Dificuldades, às vezes, foram de caminhos a seguir no trabalho. Para mim, pessoalmente, as dificuldades foram de tema.

PERFIL
Maria da Guia Silva Lima, 80, nasceu em 9 de dezembro de 1936. Mais velha de quatro irmãos — três mulheres e um homem —, é filha do jornalista Antônio Silva Lima e da dona de casa Tereza Silva Lima. Tem raízes na Bahia. Entrou para a medicina da Universidade Federal do Ceará em 1954, ano de criação da universidade. Concluiu o curso em primeiro lugar da turma. Depois de dedicar 42 anos à pesquisa acadêmica, aposentou-se em 2004 e, no ano seguinte, casou-se com o engenheiro e professor búlgaro Zahari Krivoshiev, com quem vive até hoje.

 

Fonte: Jornal O Povo – OnLine

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