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Mortandade de Peixes – Lagoa do Pici (Parte I)

Data de publicação: 7 de abril de 2016. Categoria: Notícias

A comunidade do Pici foi surpreendida, nesta semana, com a mortandade de peixes na lagoa homônima. No sentido de entender o ocorrido solicitamos leitura de colegas do Centro de Ciências a nos auxiliar na compreensão da problemática ocorrida.

Neste sentido convidamos alguns colegas a se pronunciarem, em um primeiro momento o Prof. Rubson Maia, lotado no Departamento de Geografia. No atendimento gentil a nosso convite, o referido professor se coloca em um texto sintético e de qualidade, transcrito abaixo:

“Hoje, todos que adentraram o campus do Pici, ao passarem pela lagoa homônima, perceberam os maus odores provenientes do elevado número de peixes mortos e lixo no manancial. Fatores múltiplos podem desencadear tal contexto, contudo podemos destacar o aumento da demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO/DQO) e diminuição de Oxigênio dissolvido (OD) como, via de regra, os mais comuns. Geralmente isso ocorre quando há a cobertura do corpo hídrico por macrófitas, que reduzem a incidência da radiação solar no
seu interior dificultando a produção de oxigênio pela fotossíntese.
Em mananciais urbanos, como as lagoas, o processo de expansão das macrófitas tem sido acelerado mediante interferência humana, que ao lançar efluentes sem tratamento, levam a superfertilização dos mananciais. Isso pode levar a degradação da qualidade da água com alterações de composição, turbidez, transparência e cor. Além do fato que aumento da matéria orgânica (MO) e sua posterior decomposição leva ao maior consumo de oxigênio dissolvido (OD) e até a anoxia do ambiente hídrico. Quando isso ocorre, o primeiro resultado é a morte imediata dos peixes, que são sensíveis a redução de OD. Nesse aspecto, é importante ressaltar que em ambiente anóxico, as bactérias aeróbias que decompõem a MO, podem ser drasticamente reduzidas levando a eutrofização do ambiente aquático. 

Comumente, esse dano ambiental só é revertido com intervenções que diminuam a DBO e DQO e melhorem os níveis de OD no manancial. Dessa forma, intervenções como a retirada das macrófitas, instalação de aeradores e saneamento básico podem melhorar o potencial de autodepuração da água conduzindo assim ao equilíbrio do sistema ambiental.” 

 

  Fonte: Rúbson Maia, Professor do Centro de Ciências, Departamento de Geografia, 07/04/2016

 

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